A importância do plano de parto

O Plano de Parto é um conceito que se tem vindo a ouvir cada vez mais nos últimos anos em Portugal e, apesar de já constar das recomendações da OMS há mais de 30 anos, a verdade é que só desde 2019 é que se encontra previsto legalmente. Ou seja, significa isto que, desde 2019 que é um direito das mulheres grávidas, se assim o quiserem, elaborar o seu plano de parto e a equipa que assiste ao parto tem o dever de cumprir com o mesmo, dentro da própria imprevisibilidade do parto.

Mas afinal o quê e para que serve o plano de parto?

O plano de parto é um direito das mulheres grávidas e, do próprio casal até, e deve ser elaborado em conjunto com os profissionais de saúde que acompanham a gravidez. No fundo, corresponde a um documento onde constam as preferências da grávida e/ou do casal para o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.

No plano de parto devem estar contemplados os procedimentos que a grávida pretende que sejam efetuados, como por exemplo, o contacto pele-a-pele logo após o nascimento, o corte tardio do cordão umbilical ou o início da amamentação durante a primeira hora de vida do bebé; bem como devem estar expressamente previstos os procedimentos que a grávida não consente que sejam efetuados, como por exemplo, a episiotomia ou a manobra de Kristeller.

Porém, convém ter presente que o plano de parto é um guia onde constam as preferências da grávida e/ou do casal, sendo por vezes necessário, como em situações de risco de vida da mãe e/ou do bebé, efetuar certos procedimentos que não eram pretendidos pela grávida, como por exemplo, a episiotomia.

Por isso, o plano de parto deve ser flexível e pode ser alterado a qualquer momento. Há casos em que a grávida no plano de parto prevê que não pretende analgesia e durante o desenrolar do trabalho de parto acaba por solicitar a analgesia epidural.

Por fim, alerto que o plano de parto não se aplica ou serve apenas para os casos de parto via vaginal. O plano de parto aplica-se e é igualmente importante no caso dos partos por cesariana, mesmo que para cesarianas agendadas.

No plano de parto convém sempre colocar as preferências da grávida para o parto por cesariana, pois, mesmo nos casos em que se encontra previsto que seja parto vaginal ou até se dá o início do trabalho de parto, pode dar-se o caso de por alguma situação inesperada ser necessário recorrer á cesarina. Aqui, como no caso de cesariana programada, o plano de parto é importante para que seja uma cesarina o mais humanizada possível.